terça-feira, 26 de maio de 2009

Sem competitividade, Brasil perde recursos para China,

Fernando Nakagawa Valor OnlineSÃO PAULO -
Empresas multinacionais podem acentuar investimentos na China, em detrimento do Brasil, se o governo não conseguir implementar uma política para que o país ganhe competitividade. John Stopford, professor emérito da London Business School, destacou hoje em palestra que a China deve ser o principal "rival" brasileiro na disputa por investimentos estrangeiros diretos nos próximos anos.Em evento sobre competitividade global, Stopford frisou que o gigante asiático tem se destacado na última década pelo incremento dos investimentos em tecnologia. "Isso é uma ameaça ao Brasil. Com essa política e a mão-de-obra custando um quarto do que é no Brasil, temos de pensar nessa batalha", afirmou. O especialista também destacou a burocracia como item desfavorável à competitividade. "É mais fácil construir uma fábrica na China que no Brasil. Com essa burocracia, será que o Brasil vai conseguir competir com a China?", questionou.Além de titular da London Business School, Stopford está envolvido na elaboração de relatório de política de investimento que o governo federal solicitou ao UNCTAD. Ele também participará do Investment Summit, encontro fechado que o presidente Lula realizará em junho com seleto grupo de executivos. Mesmo sem adiantar os resultados do estudo que está sendo feito sobre o Brasil, Stopford frisou que a atuação da administração pública é essencial para o ganho de competitividade.Durante a apresentação, o especialista mostrou que a hora trabalhada de um funcionário qualificado da Siemens custa cerca de 56,5 euros na sede alemã, 15,5 euros na unidade brasileira, 6,8 euros na Índia e 3,5 euros na subsidiária chinesa. "Como você supera esse problema (do custo da mão-de-obra)", questionou. "Esse é um grande desafio", observou, citando que a solução desse impasse está diretamente relacionada às decisões governamentais e que, sozinha, a iniciativa privada não tem poder para contornar a burocracia e a carga tributária do Brasil. Ele exemplificou que, no país, o empregador tem de pagar cerca de 37 tributos e impostos ao contratar alguém.John Stopford participou da palestra "Ganhando competitividade no mercado globalizado", realizada pelo Ibmec Educacional, na capital paulista.

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