Presidente da Comicro reforça necessidade de capacitação tecnológica, fomento à inovação e fortalecimento de associações setoriais para aumentar competitividade de micro e pequenas empresas
A quarta entrevista da Seção Impressão é com o presidente da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Comicro), José Tarcísio da Silva. Na entrevista, ele apresenta a Comicro, até pouco tempo conhecida como Conempec, e fala da importância da capacitação tecnológica das pequenas empresas. Para Silva, a necessidade de modernização, qualidade e produtividade, redução de custos, melhoria da qualidade de vida dos empresários e seus colaboradores e, principalmente, o enfrentamento e a necessidade da convivência proativa com a atual e crescente competitividade empresarial são fatores importantes da capacitação tecnológica do setor. Leia, a seguir, trechos da entrevista.
O senhor é presidente da Confederação Nacional das Entidades de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Como tem sido o trabalho dessa instância?
José Tarcísio da Silva: A Conempec, atualmente Comicro - Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - tem estado à frente de importantes conquistas para a valorização e reconhecimento do segmento, por meio de projetos e ações voltadas para a desburocratização do crédito, capacitação empresarial, disseminação de informações com a realização de eventos estaduais, entre outros.
Atualmente, cabe ressaltar a nossa participação na mobilização e outras ações institucionais pela aprovação, regulamentação e implementação da Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Destacamos ainda, no nosso trabalho, o desenvolvimento de um conjunto de ações estratégicas voltadas para o fortalecimento do Sistema Associativo Brasileiro, ou seja, associações, sindicatos e federações de microempresas e empresas de pequeno porte integrantes da Comicro, por meio de projetos voltados para o fortalecimento das associações e federações, bem como projetos específicos para a profissionalização da gestão dessas empresas.
Uma das principais ações estratégicas da Comicro é a Execução do Programa de Fortalecimento do Sistema Associativo das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, que vem sendo desenvolvido em 22 estados, além das ações de capacitação e educação empreendedora. São realizadas capacitação e aperfeiçoamento dos empresários, funcionários e colaboradores, fomento às ações coletivas, profissionalização na gestão das entidades de representação, melhorias de eficiência nas suas atividades, auto-sustentabilidade financeira e o fortalecimento da sua representatividade. Os principais projetos são os seguintes: Microempresa Legal; Capacitação de Lideranças; Projeto Integrar para Crescer; e Mobilização e Sensibilização.
Quais são as atribuições da Comicro? Com que periodicidade a instância se reúne?
Silva: As nossas atividades operacionais são realizadas por meio de encontros com a presença das lideranças empresarias, ordinariamente, em assembléias duas vezes ao ano e, com freqüências mensais, numa interação contínua e mensalmente nos diversos estados brasileiros.
O tema "Capacitação Tecnológica das Pequenas Empresas", em processo de estudo pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, está inserido na pauta de discussões da confederação? De que maneira?
Silva: A capacitação tecnológica representa uma das prioridades de nossas ações estratégicas, uma vez que a tecnologia é um fator de competição fundamental para a permanência e crescimento das MPEs na atual conjuntura.
A Comicro tem uma forte atuação na coordenação do comitê temático Tecnologia e Inovação do Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, tendo como representante da iniciativa privada o companheiro José Augustinho Fogliatto, da Federação das Micro e Pequenas Empresas de Goiás (Fempeg), integrante do Sistema Comicro.
No comitê temático Tecnologia e Inovação, além da coordenação, temos, ainda, a participação ativa de diversas entidades estaduais do setor nas discussões e deliberações para propostas de políticas públicas na área de tecnologia e inovação para as micro e pequenas empresas.
Existem propostas da confederação para capacitar as micro e pequenas empresas tecnologicamente?
Silva: Estamos em processo de formatação de proposta em que possamos, a partir de um diagnóstico de uma amostra significativa das microempresas e empresas de pequeno porte das regiões brasileiras, identificar as reais necessidades de um programa consistente com a cultura e necessidades do segmento com relação à tecnologia e à inovação.
Como o senhor avalia a importância da discussão em torno desse tema?
Silva: A nossa opinião com relação à importância da discussão justifica-se por vários aspectos. Entre eles, a necessidade de modernização, qualidade e produtividade, redução de custos, melhoria da qualidade de vida dos empresários e seus colaboradores e, principalmente, o enfrentamento e a necessidade da convivência proativa com a atual e crescente competitividade empresarial.
Outro aspecto é a importância do tema. No nosso entender, justifica-se, ainda, pelas oportunidades de mercado para as empresas de pequeno porte, bem como se levar em conta o espírito empreendedor de empresários do segmento que, dotados de domínios técnicos, capacidade criativa na geração de novos produtos e serviços a partir dos seus conhecimentos e experiências adquiridas em atividades profissionais, identificam oportunidades para o atendimento de necessidades tecnológicas, possibilitando a geração de negócios próprios.
Há também a crescente exigência dos clientes das empresas de pequeno porte que no seu processo de produção, integram as microempresas e empresas de pequeno porte como parte do seu processo produtivo a partir de seus produtos e serviços que são adquiridos dentro de conformidades, padrões técnicos específicos e que exigem um alto padrão de qualidade.
Como o Poder Legislativo poderia contribuir com esse debate? Fale um pouco da relação da confederação com o Legislativo.
No entanto, a Comicro, prioritariamente, tem participado ativamente junto ao Poder Legislativo e outras instituições, nos movimentos pelas propostas, causas e necessidades do segmento, formando parcerias que possam defender e tornar realidade os avanços da Lei Geral, suas adequações, visando uma legislação justa, que permita um tratamento simplificado e diferenciado para as microempresas e empresas de pequeno porte, na intenção da construção nacional de um ambiente empresarial mais justo e uma conjuntura favorável ao desenvolvimento e crescimento das empresas do segmento.
(Fonte: Gestão C&T )
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