quinta-feira, 23 de abril de 2009

A gestão ambiental e a competitividade

Com a abertura comercial brasileira na década de 1990, a questão ambiental começou a fazer parte da gestão empresarial das empresas brasileiras, em função do aumento da concorrência internacional. Além da ampla competitividade externa e interna e da emergência do capitalismo natural, as expectativas dos clientes não se cingem à procura de um determinado nível de qualidade ao menor custo. Eles estão cada vez mais informados e predispostos a comprar e usar produtos que respeitem o ambiente.
Segundo Porter&Linde (apud Estrela&Leite, 2007), dados de uma pesquisa mostram que o debate entre competitividade e o meio ambiente tem sido abordado de modo equívoco sempre que se colocam os custos ambientais como um entrave à competitividade, ou seja, sempre que não se considera o papel das inovações para reverter esses custos em benefícios.
Porter&Linde (apud Estrela&Leite, 2007) argumentam ainda, que as novas tecnologias ou inovações relacionam-se a questão ambiental minimizando o custo dos danos ambientais, quando eles ocorrem, ou indo “direto as raízes da poluição, aumentando a produtividade dos recursos em primeiro lugar”. Assim as inovações para ajuste à regulamentação ambiental podem resultar em economia de tempo e dinheiro.
Logo, a adoção de um Sistema de Gestão Ambiental, com a definição de funções, responsabilidades e autoridades, confere vantagens competitivas à organização por meio das práticas ambientais, que vão contribuir à redução de custos, tanto operacionais quanto de passivo ambiental e diferenciando seus produtos. Além disso, de acordo com Estrela&Leite (2007), um SGA também contribui para a maximização da eficiência dos processos, redução de insumos utilizados nos processos produtivos, minimização de tratamento de resíduos e efluentes e re-trabalho.
São gerados benefícios para o meio ambiente e vantagens para a organização. Além disso, a adoção desses procedimentos, bem como, a definição de regras escritas para a realização de operações com alto potencial de impacto ambiental, reduziram os riscos ambientais (emissões, derrames, acidentes) daquelas atividades. Conforme estudo de Faria (2000), várias empresas obtiveram retorno de investimento e redução de custos a partir da implantação do SGA.
Para Fontenele (2007), A diferenciação “verde” pode ser uma estratégia efetiva quando o produto tem genuína vantagem ambiental e a empresa é capaz de comunicar tal vantagem para o público. A gestão ambiental, bem como a legislação, deixou de ser somente uma questão legal para ser uma questão de estratégia competitiva, de crescimento e uma saída para um mercado saturado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário