quarta-feira, 11 de março de 2009

Tecnologia da Informação e Competitividade Empresarial


O ambiente contemporâneo de negócios tem sido marcado por
uma dinâmica competitiva extremamente agressiva, em que a capacidade
de monitoramento permanente do mercado e a sensibilidade
quanto a mudanças de hábitos e necessidades dos clientes, bem
como a incorporação dessas alterações nos produtos ou serviços da
organização, podem significar o sucesso ou o insucesso de um
empreendimento.
Em um ambiente caracterizado por mudanças, a Tecnologia da
Informação (TI) assume um papel de vital importância para a
melhoria da competitividade das organizações. Nesse novo contexto,
constata-se o aspecto dinâmico da interação entre as tecnologias
e as organizações. O grande desafio será, pois, o de incutir flexibilidade
e agilidade aos novos modelos organizacionais.
A adoção da TI possibilita a redefinição das fronteiras
organizacionais e das relações interorganizacionais entre as empresas
com seus clientes e fornecedores, levando à constituição de redes
de cooperação e ao desenvolvimento da capacidade de resposta
das organizações às mudanças do ambiente.
As organizações têm procurado um uso cada vez mais intenso
e amplo da TI para estabelecer novas e variadas formas de cooperação
e colaboração entre setores com o objetivo de se tornarem
competitivas, mantendo-se ágeis e flexíveis (Powell, Dent-Micallef,
1997). As novas TI oferecem a infra-estrutura necessária para o
surgimento das redes interorganizacionais, possibilitando a
integração das empresas ao longo da rede.
As redes de empresas são estruturas flexíveis e integradas em
busca de uma eficiência coletiva; têm-se tornado uma alternativa
viável e promissora para se estabelecerem relações interorganizacionais,
fornecendo um equilíbrio entre cooperação e competição. A
ação conjunta das empresas que compõem a rede, potencializada
pela TI, conduz à integração de interesses e cooperação entre clientes,
empresas e fornecedores, gerando redução de custos e o uso
coletivo de conhecimentos, tecnologia, meios produtivos e comerciais
(Bachmann, 1999).
A TI está alterando a natureza competitiva de muitas indústrias,
promovendo a integração entre unidades de negócios e entre organizações,
além de suas fronteiras, por meio de alianças estratégicas e
acordos cooperativos. Os sistemas interorganizacionais permitem que
fornecedores visualizem a demanda por seus produtos, ao mesmo
tempo em que auxiliam os distribuidores no fortalecimento de suas
redes de suprimento (Tachizawa e Rezende, 2000).
A implantação da TI em uma organização consiste em uma
mudança tecnológica que visa a interligar nas respectivas áreas,
bem como o redesenho da estrutura e das fronteiras da organização,
com o intuito de aumentar sua eficácia e eficiência para alcançar
vantagem estratégica (Dias, 2000).

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Tecnologia da informação é todo tipo de tecnologia que envolve
o processamento de dados, informações e comunicação integrada,
utilizando-se de recursos e equipamentos eletrônicos (Torres, 1996).
É composta de recursos tecnológicos e computacionais para geração,
processamento, gerenciamento, armazenamento e uso de dados e
informações. Fundamenta-se basicamente nos seguintes componentes:
hardware e seus dispositivos e periféricos; software e seus recursos e
aplicativos; sistemas de telecomunicações e pessoal associado (Child,
1987; Davenport et al, 1990; Laudon e Laudon, 2004).
Os Sistemas de Informação (SI) são um conjunto de partes
(software, hardware, recursos humanos e procedimentos) que geram
informações. Têm como maior objetivo o apoio aos processos de
tomada de decisões na empresa, e seu foco está direcionado ao
principal negócio da organização. Genericamente, os SIs podem ser
classificados em operacional, gerencial e estratégico. Os Sistemas de
Informação Gerencial (SIG) são conhecidos como Sistemas de Apoio
à Gestão Empresarial (Sage), Sistemas Gerenciais (SG) ou
Management Information Systems (MIS). O significado e o propósito
dos sistemas de informação dizem respeito ao seu impacto nas
decisões e estratégias empresariais (Laudon e Laudon, 2004).
Os investimentos em TI, na maior parte das organizações, estão
vinculados à coleta, ao processamento, à transmissão, à armazenagem,
à análise e à apresentação de dados e registros (Laudon e
Laudon, 2004). Essa base de dados contém uma grande diversidade
de informações sobre os processos e rotinas da empresa, bem como
sobre o ambiente externo (concorrentes, clientes, fornecedores, governo),
que são importantes para o sucesso das organizações. A
adoção de novas tecnologias e sistemas de TI permite que esses
dados sejam processados e analisados com rapidez e eficiência cada
vez maior (Torres, 1996).
Os mais recentes avanços em TI (Internet, intranet etc.) possibilitam
a conexão e a integração entre empresas independentes, ampliando
as fronteiras geográficas tradicionais e propiciando novas
formas de organização, mais flexíveis e descentralizadas, baseadas
na informação e na cooperação. A TI contribui para uma nova ordem
econômica, mudando os rumos e as estratégias das empresas,
bem como as formas tradicionais de condução dos negócios, ultrapassando
as fronteiras das empresas envolvidas nessas relações de
negócios (Silveira e Zwicker 2004).
A implantação de projetos de TI e SI pode gerar vantagem competitiva
sustentável para as organizações (Silveira, 2003) somente se
estiverem integrados a recursos complementares intangíveis, aos
fatores humanos e ao contexto de negócio, como recurso fundamental
no planejamento, na definição de estratégias e na tomada de decisão
(Powell, Dent-Micallef, 1997; Torres, 1996).
Entre os projetos de TI que podem levar ao aumento da competitividade
empresarial, destacam-se os projetos de sistemas de informações
que transcendem as fronteiras organizacionais (cadeia produtiva
virtual), integrando empresas, clientes, fornecedores e parceiros
por meio de alianças estratégicas e redes de cooperação, compartilhando
recursos, serviços e tecnologia para conquistar vantagem
competitiva (Laudon e Laudon, 2004; Silveira e Zwicker, 2004).

TI e mudança organizacional

A implantação e o uso da TI consistem, por si só, em mudanças
tecnológicas capazes de gerar impacto em partes ou no conjunto das
organizações (mudanças estruturais, estratégicas, culturais, tecnológicas
e humanas). Ao avaliarem-se mudanças organizacionais
provocadas pela TI, deve-se considerar os diferentes aspectos da
mudança, pois acarretam alteração da tecnologia, da especialização
de funções e processos produtivos, bem como da forma de utilizar
os recursos materiais e intelectuais entre outros (Motta, 1998;
Venkatraman, 1994; Wood Jr., 1995).
Os benefícios provenientes do uso da TI estão diretamente relacionados
às mudanças nas rotinas organizacionais (estratégias, estruturas,
processos e cultura), além de mudanças no escopo dos negócios e
na operação da empresa. Ao investir em tecnologia, as organizações
devem avaliar o impacto e os custos decorrentes das mudanças
organizacionais necessárias para que haja um completo aproveitamento
das potencialidades da TI, tais como: mudanças no ferramental de TI,
mudanças nos processos e técnicas de trabalho, mudanças na qualifi-
cação dos recursos humanos e mudanças decorrentes do uso da
tecnologia nos produtos da organização (Venkatraman, 1994).
De acordo com Malhotra (1997), a sobrevivência e o sucesso
das organizações dependem da efetiva utilização da TI que exerce
um papel importante na administração da mudança organizacional
e se constitui em ferramenta fundamental para a melhoria de desempenho
nos negócios. Contudo, ambientes dinâmicos e em rápida
transformação conduzem a um aumento na utilização da TI, e o uso
de novas tecnologias pode provocar ainda mais turbulências para as
organizações.
A implantação e o uso de TIs vêm induzindo a criação de
arquiteturas administrativas empresariais ágeis, provocando profundas
alterações na organização dos processos de trabalho, nas
estratégias de gestão, na cultura e na estrutura organizacional
(Turban, 1996; Walton, 1994). A TI possibilita a integração entre
unidades de negócios e entre organizações além de suas fronteiras,
viabilizando recursos como alianças estratégicas e acordos
cooperativos que conduzem à ampliação dos mercados e às novas
oportunidades de negócios (Silveira e Zwicker 2004). Ela permite
que um número maior de informações, mais detalhadas e
completas, internas e externas, seja acessado e analisado em um
menor espaço de tempo, acarretando um aumento da eficiência e
gerando a inovação por meio de soluções novas para os problemas
(Torres, 1996).

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