domingo, 24 de maio de 2009

Brasil fica mal em ranking de competitividade, mas passa do teste de estresse

Apesar da crise, EUA continua na primeira posição, Japão e Alemanha avançaram e Reino Unido não subiu nem desceu

InfoMoney
20 maio 2009
SÃO PAULO - Em um ranking de competitividade que englobou os 57 países mais competitivos do mundo, o Brasil ficou em 40º, subindo apenas três posições em relação ao último levantamento. Outros emergentes, como a China e a Índia, ficaram em 20º e 30º, respectivamente. Além disso, países da América Latina, como Peru e Chile, acabaram mais bem posicionados do que o Brasil, em 37º e 25º, nesta ordem.
De acordo com Stéphane Garelli, diretor do IMD Competitiveness Center, instituto que realizou a pesquisa, alguns dos resultados já eram esperados, porque, nos últimos meses, presenciamos a maior crise econômica dos últimos 50 anos.
Como exemplo, está a queda da Irlanda da 12ª posição para a 19ª e da Espanha, da 39ª para a 32ª. "A Irlanda sofreu com o estouro da bolha do sistema financeiro e a Espanha registrou alto índice de desemprego", justificou.
Surpresas
Porém, o estudo também guarda algumas surpresas: os Estados Unidos continuam no primeiro lugar, apesar da crise e de grandes empresas que desapareceram. Já o Japão subiu do 17º lugar para o 22º, e a Alemanha, do 16º para o 13º. Isso sem falar do Reino Unido, um dos países que mais sofreram com a crise, que manteve sua posição em relação à última edição da pesquisa (21º).
Na opinião de Garelli, uma provável explicação é o fato de o estudo considerar todo o ano de 2008. "Devemos lembrar que o primeiro semestre do ano passado não resguardou grande impacto da crise", argumenta. Ele acrescenta outro ponto importante: "Na atual conjuntura, não se trata de analisar quais países são mais competitivos, e sim quais deles estão resistindo mais, em um cenário de dificuldade para todos".
Por fim, ele enfatiza que o estudo leva em conta "a história completa de um país". Em outras palavras, se nos últimos anos a questão central era a do crescimento econômico, hoje o tema é a prosperidade econômica, que vai além do simples PIB (Produto Interno Bruto). "Trata-se do crescimento econômico e mais alguma coisa, como a sustentabilidade e a educação. Não estamos olhando somente para os indicadores financeiros, mas também para os humanos", tenta explicar Garelli.
Teste de estresse
Se o Brasil terminou mal posicionado no ranking geral de competitividade, ao menos ele passou do teste de estresse. A escola de negócios suíça IMD elaborou um ranking adicional, intitulado "Teste de estresse da competitividade", em uma tradução livre. Neste, o Brasil ficou em 22º lugar. Conforme explica a instituição, entre o 18º e o 30º lugares, ficaram nações que são grandes exportadoras, como China (18º), Taiwan (21º), Alemanha (24º) e Japão (26º).
A Dinamarca ficou na 1ª posição, por ser considerada a nação mais preparada para enfrentar a crise e ampliar o nível de competitividade de suas empresas em um futuro próximo. Por outro lado, países como Reino Unido (34º), França (44º), Itália (47º) e Espanha (50º) ocupam lugares perigosos. Por fim, a Rússia (51º) pode não ter tido anos suficientes de crescimento econômico para consolidar uma economia estruturada.
Para elaboração do ranking do teste de estresse, foram considerados os seguintes fatores: previsões econômicas para este ano, a prontidão e a resiliência do governo, o ambiente para negócios e a opinião da sociedade, além do próprio resultado do ranking de competitividade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário