terça-feira, 26 de maio de 2009

INFLUÊNCIA DA SUSTENTABILIDADE NA COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL

A relação entre a sustentabilidade de uma localidade e a competitividade empresarial pode ser percebida quando se analisam as vantagens competitivas de cada uma delas. Isso porque, empresas de uma mesma indústria adotam estratégias e comportamentos diferentes mesmo expostas aos mesmos níveis de pressão da estrutura de mercado (Gómez e Castillo,2006).Isso significa dizer que se as vantagens competitivas se formam tanto a partir do interior das organizações (de dentro para fora) como das influências externas advindas do entorno (de fora para dentro), caracterizando, portanto as influências geradas pelos elementos externos como a localidade onde a empresa está instalada e seus indicadores desustentabilidade.Suporta ainda a tese da influência da sustentabilidade na competitividade empresarial, os estudos de Silva e Silveira Neto (2005) que apontam a influência das externalidades na decisão da seleção e localização da indústria no caso brasileiro que tem sido tratada em modelos tantos de economia regional quanto de urbanas. Entre outros estudos que se concentram em estudar a relação das externalidades à localização e aglomeração empresarial os autores citam Ellison & Glaeser (1997), Glaeser et al. (1992), Hanson (1998), Henderson(1995), Henderson et al. (1999), Krugman e Vanables (1995), Venables (1996) (apud Silva e Silveira Neto, 2005). Relacionando-se os modelos de competitividade e os indicadores do Dashboard of Sustainability apresenta-se um modelo que permite visualizar a relação existente e a influência da sustentabilidade na competitividade empresarial (Figura 3).Os indicadores do Dashboard of Sustainability permitem mapear a (in)sustentabilidade de uma determinada localidade a qual gera influência sobre as atividades empresariais uma vez que alguns dos índices resultantes da análise dos sub-indicadores tem influência direta sobre a relação dos trabalhadores com a organização. Tal relação pode ser demonstrada pelo resultado dos sub-indicadores: pobreza, índice GINI (que mede a desigualdade da distribuição da renda), desemprego, igualdade de gênero, problemas de saúde advindos principalmente de saneamento básico, acesso a água potável, imunizações, nível de alfabetização, criminalidade, isso porque as relações de trabalho são afetadas direta ou indiretamente pela condições de vida dos trabalhadores fora de seu ambiente de trabalho. Reforçam esse argumentos, os estudos de Oliveira (apud Silva e Silveira Neto, 2005)Já os sub-indicadores da dimensão ambiental permitem mapear a (in)sustentabilidade da localidade gerando influência sobre a decisão de instalação e localização da empresa. Isso porque índices como o de qualidade do ar, desertificação e terra árida, qualidade da água, dentre outros, gera influência sobre a viabilidade de produção de determinados produtos, podendo ser exemplificada pela decisão de instalação de indústria do setor alimentício ou farmacêutico que necessitam de condições muito boas desses índices como elementos de suporte ao funcionamento de suas atividades.Reforça essa afirmação, os estudos da teoria tradicional do comércio, exposta pelo Modelo de Heckscher-Ohlin, que argumenta em favor de que as vantagens na decisão de localização das atividades econômicas em uma unidade geográfica são condicionadas pela existência de fatores de produção ou recursos naturais relativamente abundantes naquele local(SILVA e SILVEIRA NETO, 2005).A relação entre os indicadores da dimensão econômica com a formação de estratégias competitivas pode ser percebida pelos sub-indicadores como o de renda per capita, % de investimentos do PIB em melhorias na localidade, balança de pagamentos, dívida com a União, possibilidade de acesso a uso de energias renováveis e ao uso de combustíveis fósseis, além de considerar as distâncias e facilidade de acesso a mercados consumidores. Por fim, os indicadores da dimensão institucional influenciam a formação de estratégias para a competitividade no momento em que é demonstrada a (in)capacidade Institucional dos governos da localidade em promover o acesso a informação, infraestrutura de comunicação, pesquisa e desenvolvimento e nisso se incluem investimentos em ciência e tecnologia, prevenção e remediação de desastres naturais, monitoramento e implementação de uma agenda da localidade para o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, na visão de Silva e Silveira Neto (2005), as externalidades denominadas de "não pecuniárias" àquelas advindas dos efeitos de transbordamento do conhecimento ou da informação, explicam o crescimento e a competitividade das indústrias ecidades. Como aponta Cândido, Goedert e Abreu (2001), a competitividade não se baseia apenas nas políticas de mercado, mas é um assunto no qual toda a sociedade deve estar envolvida, através da sua capacidade de aprender e resolver problemas. As novas teorias da competitividade se inserem em uma visão do desenvolvimentocomo um processo endógeno. Isto implica em uma efetiva participação das instituições e atores presentes e participantes do território. Neste sentido, uma variável chave para a competitividade baseada no desenvolvimento endógeno é a inserção da análise de indicadores de sustentabilidade.Assim, acredita-se que a organização que possui atividades sustentáveis gera menor impacto no meio ambiente, influenciando na melhoria da economia em termos de maior quantidade de recursos disponíveis e até mesmo na qualidade de vida da sociedade. Assim, a empresa se ajusta às exigências do mercado e dos atores sociais através da incorporação deestratégias sustentáveis para obter vantagens sobre as outras organizações e, ao mesmo tempo, dar uma resposta positiva para a sociedade (CÂNDIDO, GOEDERT e ABREU, 2001).

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